Para os que tiveram chance de ver a exposição Quando os objetos se tornam abismos, da artista e pesquisadora Elke Coelho, foram sugeridos outros usos para os objetos cotidianos. Entre estes, a artista seleciona os que, agrupados em grandes quantidades, sugerem metáforas de espaços como desertos e abismos. Essa condição imprecisa dos objetos, que permite manipulações para novas e delicadas percepções é o material de trabalho da artista. O atrito visual/tátil/conceitual que a presença de pregos e alfinetes causa entre algodão ou pó branco guardados em pequenos frascos, sugere dores e delicadezas, constituindo uma só experiência. Fica a sugestão de atenção aos acontecimentos corriqueiros, ao que nos toca mais intimamente, como um pequeno ferimento, que por sua pequena e insistente dor, nos lembra que estamos vivos.
Danillo Villa - Curador - DaP
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