Atividades
contemporâneas relacionadas à arte permitem que se ocupe
prazerosamente o lugar da ignorância. Em meio à profusão/poluição
das referências acessíveis, o teimoso gera o pensamento divergente
por sua insistência e assim ativa a irregularidade que gera a fresta
perceptiva por onde o que está em movimento foge, nossa intenção é
seguir esta rota.
Vaidades são
aceitas mas o trabalho deve testá-las.
O ateliê
permanente, em funcionamento na DaP desde 2011, surgiu do prazer em
acompanhar as aflições e acertos dos processos de constituição
dos trabalhos dos participantes. Nos encontros são propostas
investigações acerca da plasticidade dos meios, de como é possível
desdobrar ideias em desenhos ou vídeos, performances em instalações,
como processos contínuos de percepção e ação. A intensificação
do discurso amplia o espaço de investigação por atrevimento, às
vezes pelo silêncio.
Esta exposição
trata primariamente de desejos:
de suspensão -
DIOGO BLANCO
de perceber o quarto
como o cenário de guerra onde se enfrenta alguns bichos - MATHEUS
VERGILIO
de saber quem é vc
aí no seu caminho que eu me apaixono – DEBORAH CASTELLO BRANCO
que a rebeldia
descontrolada dos cabelos seja indício de libertação do corpo todo
– MARIANA LACHNER
de convidar todos os
amigos, imaginários, para estarem aqui – NANI VASQUES
de descobrir os sons
que melhor esvaziam os objetos, ou vice-versa, ou o barulho –
DENISE SABINO
de usar o corpo como
um lugar de contato com o outro, expandido do conflito com o eu –
KAUANA MILOZO
de analisar o branco
para libertá-lo do desejo de ser puro/limpo GIOVANA SPOLADORE
A figura do burro,
assumida ora por um, ora por outro, é a do atrevido, que bota o dedo
no trabalho alheio. Sua pouca sofisticação lhe permite ser mais
direto para desfazer a proteção ou ilusão de que o trabalho de
arte é um lugar confortável.
Favorável é o
estranhamento.
Danillo Villa - coordenador do ateliê,
Chefe DaP
Nas fotos seguintes, vemos os artistas em processos de entendimento e montagem do trabalho no espaço e fotos da abertura, com o público presente.
Falsa assepsia: em processo, de Giovana Spoladore, feito com papel vegetal e voil. A artista investiga possíveis aproximação entre seu trabalho e o espaço externo
Diogo Blanco avaliando possível distribuição de seus desenhos no espaço
Deborah Castello Branco avaliando as possibilidades de seus mapas que registram encontros com meninas desconhecidas que a artista persegue
Em primeiro plano, Inconsolável de Danillo Villa e ao fundo, O espaço é o corpo, escorridos de tinta azul, que cobrem a parede, compondo o trabalho de Kauana Milozo
A grande história do monstro comedor de mundos, pesquisa de Nani Vasques
Impuro, pesquisa de Denise Sabino, que investiga as possibilidades de falseamento de impurezas, composto de plumas sintéticas e terra
Do que é feito o mar, Instalação de Matheus Vergilio, que preparou uma sala com vestígios que interpretam a morte de uma sereia
Público presente na abertura
Público presente na abertura
Público presente na abertura, durante bate-papo com membros do Ateliê Permanente
Denise Sabino, Natália Natira e Luciana Mendonça
Em primeiro plano artistas do Ateliê Permanente DaP, Diogo Blanco, Kauana Milozo, Mariana Lachner, Deborah Castello Branco e Matheus Vergilio